Durante muitos anos o planeta Terra foi visto como uma verdadeira máquina de recursos inesgotáveis. Tudo duraria para sempre, e todos nós teríamos direito à despreocupação.
O futuro seria melhor, as matérias-primas inacabáveis e com isso dormiríamos todos os dias de consciência tranquila.
Toda esta ideia veio a revelar-se mentira. Uma falácia que durou algum tempo é certo, mas que estava mais que destinada a tornar-se uma preocupação comum a todos os países, raças, classes. A palavra racional começou a imperar quando se trata de debater os recursos ao nosso dispor. E um dos maiores e mais importantes recursos são os alimentos.
E com o crescimento desmesurado da população as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento tem sido cada vez maior. Com a crise na produção, com a escassez de recursos temos tornado um planeta igual para todos no mais desigual de que há memória. Mais do que capital, bens materiais, bem mais do que isso está a sustentabilidade de uma pessoa, da sua família, da sua comunidade. E isso não é garantido nos dias que correm.
A falta de alimentos para o número de habitantes do planeta vem provar a necessidade cada vez maior de racionar o que se tem e de uma vez por todas perceber que temos de respeitar aquilo que naturalmente nos é dado e que talvez, nós esses mesmos que temos mais, com um pouco menos podemos ajudar quem mais precisa do outro lado do mundo.
Está mais que na hora de nos tornarmos antes de tudo, mais justos, mais coerentes. Temos de dar ouvidos às pessoas que habitam o mesmo espaço que nós e não ficar indiferentes ao que se passa. Está na altura de apostar numa cultura de sustentabilidade. É preciso dar às sociedades mais pobres a possibilidade de elas próprias produzirem os seus recursos, os seus alimentos. Não ficando tudo isto apenas ao dispor de quem mais tem.
Se mais do que nada devemos aprender de todas as crises que atravessamos e nomeadamente alimentar é que não vale a pena ser egocêntrico. Não há nada mais errado do que achar que se estamos bem os outros, bem os outros podem esperar. É preciso compreender que tudo à nossa volta nos influencia e não vivemos num mundo à parte.
Sejamos francos é praticamente impossível assistirmos a um decréscimo da população num futuro próximo. Todas as previsões assim o dizem. Desta maneira os riscos do aumento da fome crescem. Mas se cada um de nós se preocupar com o mundo em seu redor tudo isto poderá ser diferente. É mais que altura de aprender a partilhar, a dar e a fazer perceber se queremos viver num mundo de bem temos de ter plena consciência das limitações e de como as podemos combater.
Combater com a vontade de cada um em preservar os recursos em prol de quem mais precisa, dar liberdade para produzir quem menos tem. Vamos juntos criar um planeta mais igual, mais justo, que possa de futuro ser sustentável. Para todos nós, para os nossos filhos, para a geração que nos irá substituir.