Ao contrário do que foi prometido, a utilização de sementes geneticamente manipuladas contribui para o aumento do uso de herbicidas na agricultura.
Uma das promessas dos defensores dos Organismos Geneticamente Manipulados (OGM) era uma redução dos impactos ambientais da agricultura. A ideia básica era que a utilização de sementes “especiais” conduziria a uma agricultura mais produtiva com menos inputs (sobretudo menos pesticidas, herbicidas e adubos), menos inputs significaria menos poluição e menos emissões. Enfim, seria este o caminho certo para a agricultura sustentável do futuro e a melhor forma de calar os “ambientalistas” e restantes críticos.
No entanto parece que isto é MENTIRA. Um estudo recente, realizado por Charles Benbrook, professor da Washington State University, determinou que, pelo menos no cultivo de algodão, soja e milho geneticamente modificados, o uso de pesticidas aumentou. Esta descoberta, aparentemente contra-intuitiva assenta numa análise exaustiva de dados disponibilizados pelo Department of Agriculture's National Agriculture Statistics Service dos Estados Unidos e é o primeiro estudo peer-reviewed a apresentar estimativas dos impactos da utilização de sementes geneticamente modificadas para serem resistentes a certos herbicidas no uso de agrotóxicos. O estudo demonstra que existe uma forte correlação entre o aparecimento e propagação de ervas resistentes ao glifosato (principal componente do Roundup e de vários outros produtos disponíveis no mercado) e o aumento progressivo do uso de herbicidas.
Segundo Benbrook, estas “super ervas daninhas” “tornaram-se um dos principais problemas para muitos agricultores que passaram a depender de sementes geneticamente manipuladas e têm levado a aumentos anuais de 25% nos herbicidas utilizados”. O estudo mostra que que a utilização de sementes modificadas correu muito bem nos primeiros anos, levando a uma redução dos herbicidas aplicados, mas uma excessiva “confiança” dos agricultores nestas sementes pode ter originado mudanças nas comunidades locais de ervas “daninhas” e o aumento e propagação das variedades que melhor resistem a herbicidas. Este fenómeno tem forçado os agricultores a aumentarem a dimensão, frequência e variedade dos herbicidas utilizados.
O estudo explica que o uso destes OGM conduziu a um aumento de 7% nos herbicidas usados no cultivo de milho, algodão e soja nos Estados Unidos, avisando também que a introdução de novas sementes geneticamente manipuladas conduzirá a novos aumentos.